terça-feira, 5 de julho de 2011

nem todo ritmo é luz

nem toda onda nada

o etéreo nem sempre vaga

a pista nem sempre ata

o beijo nem sempre é língua

a transa nem sempre é gozo

fugaz não quer dizer nada

o corpo nem sempre é osso;

sonoro também é ausência

de nada que nada vale

presente não é passado

senhor das horas, do tempo

nem toda ferida sangra

nem todo ungüento sara

aurora quase boreal espalha

vento fumaça fuligem

no ser que tudo abraça

nem todo abraço afaga

traço meu traço vago

à lápis à vida

cansaço

no punho,

aço.



Lúcia Gönczy





3 comentários:

  1. Em pauta,a não permanência,o efêmero,a escassez na abundância,a crua alternância entre signos aparentemente inconciliáveis...
    Bjosss...Lúcia.
    http://barthes-fragmentos.blogspot.com

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  2. Cada poema um suspiro,
    para ficar sempre na mira.
    Parabéns amiga
    muito bons os seus poemas um beijo Dora

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