quinta-feira, 29 de abril de 2010
segunda-feira, 26 de abril de 2010
sexta-feira, 23 de abril de 2010
se não te procuro mais
é porque respeito o muro que você ergueu entre nós
muitas vezes tenho vontade de pular esse muro
pagar pra ver o que encontro do outro lado...
mas não me atrevo. sinto-me persona non grata
então recuo simplesmente como quem ainda não perdeu tudo
e permaneço com restos de uma certa dignidade
assim sobrevivo por instinto
e o que não faço, é por medo
Lúcia Gönczy
é porque respeito o muro que você ergueu entre nós
muitas vezes tenho vontade de pular esse muro
pagar pra ver o que encontro do outro lado...
mas não me atrevo. sinto-me persona non grata
então recuo simplesmente como quem ainda não perdeu tudo
e permaneço com restos de uma certa dignidade
assim sobrevivo por instinto
e o que não faço, é por medo
Lúcia Gönczy
estarei contigo em cada olhar na multidão
em cada rosto conhecido ou anônimo
estarei em ti na expressão e no deslumbramento
e no ápice do momento quando as cortinas se abrirem
estarei contigo em cada beijo roubado
a cada afago carinhoso e sincero
estarei a teu lado em silêncio
ouvirás apenas meus suspiros
estarei em ti profundamente admirada
para onde me levares irei cantando
estarei em ti que sendo hum seremos tantos
e a nossa unidade preencherá qualquer vazio
estamos do lado de dentro
por isso
já não sinto sua falta
Lúcia Gönczy
em cada rosto conhecido ou anônimo
estarei em ti na expressão e no deslumbramento
e no ápice do momento quando as cortinas se abrirem
estarei contigo em cada beijo roubado
a cada afago carinhoso e sincero
estarei a teu lado em silêncio
ouvirás apenas meus suspiros
estarei em ti profundamente admirada
para onde me levares irei cantando
estarei em ti que sendo hum seremos tantos
e a nossa unidade preencherá qualquer vazio
estamos do lado de dentro
por isso
já não sinto sua falta
Lúcia Gönczy
segunda-feira, 19 de abril de 2010
ciclo
então ficamos assim:
eu, areia
você, escrito em mim
sobre nós, uma flor violeta
e tudo + jaz...
como deveria.
Lúcia Gönczy
Meu porto e abrigo
Terra firme
Pisar e repisar
Amassar todo barro
Possível
Necessário
Depois
Desfazer o não feito
Deslizar
Puerilmente nos sonhos
Concordar
Confortar
Compreender
Se atirar sem noção
Do abismo
E querer tudo novamente
E refazer o já feito
Sem arrependimentos
Nem tristezas
No coração só uma chaga
Aquela mordaça
Indestrutível
De quando me calo
Para te proteger
Do medo
Lúcia Gönczy
quarta-feira, 14 de abril de 2010
O SONO DAS ROSAS
a cidade não dorme
no entanto, é preciso ninar o Poema
as pedras transpiram liberdade
os sonhos vagam na noite
poetas espalham-se feito
pólen no vento
e as luzes, nem sempre da ribalta,
madrugada afora chovem cascalhos
cheios de silêncios
o Poeta finge adormecer
cerrando as janelas de sua alma
que por dentro da retina faíscam vida
também silenciosas
no coração pulsante da Avenida
para que, enfim,
descansem as Rosas
Lúcia Gönczy
a cidade não dorme
no entanto, é preciso ninar o Poema
as pedras transpiram liberdade
os sonhos vagam na noite
poetas espalham-se feito
pólen no vento
e as luzes, nem sempre da ribalta,
madrugada afora chovem cascalhos
cheios de silêncios
o Poeta finge adormecer
cerrando as janelas de sua alma
que por dentro da retina faíscam vida
também silenciosas
no coração pulsante da Avenida
para que, enfim,
descansem as Rosas
Lúcia Gönczy
domingo, 11 de abril de 2010
Madrugada
Nem sempre tarda
o bem que nos importa
A porta, é brecha
Fresta aberta
por onde navegam
sonhos
Além disso, há o inabitável
de cada um
[sozinho]
A chave gira a mão
Que aperta a maçaneta
Abro, entro, posto-me
Qualquer canto agora
é só um canto
enquanto à espera
Demoras...
carrego meu olhar no seu
e longe, detenho-me no fundo
[idealizo]
Lúcia Gönczy
Nem sempre tarda
o bem que nos importa
A porta, é brecha
Fresta aberta
por onde navegam
sonhos
Além disso, há o inabitável
de cada um
[sozinho]
A chave gira a mão
Que aperta a maçaneta
Abro, entro, posto-me
Qualquer canto agora
é só um canto
enquanto à espera
Demoras...
carrego meu olhar no seu
e longe, detenho-me no fundo
[idealizo]
Lúcia Gönczy
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Remate
sinto-me tão plena
que me espanto tamanha euforia
de estar só em só alegria
a observar-te no meu encalço
o que me faz extremada de gozos
ver-te verter que te apareças
escrita, falada ou muda
a qualquer hora do tempo
e na paisagem interior,
impossível transgressora
amá-lo mais do que possa
até virar-te pelo avesso
entretanto foi uma fábula
tudo que vivemos
anéis sem aro sem vidro sem brilho
deixemos assim simplesmente
ainda que estamos íntegros
nem cortes nem cicatrizes
façamos como nos filmes:
final feliz, The End.
Lúcia Gönczy
sinto-me tão plena
que me espanto tamanha euforia
de estar só em só alegria
a observar-te no meu encalço
o que me faz extremada de gozos
ver-te verter que te apareças
escrita, falada ou muda
a qualquer hora do tempo
e na paisagem interior,
impossível transgressora
amá-lo mais do que possa
até virar-te pelo avesso
entretanto foi uma fábula
tudo que vivemos
anéis sem aro sem vidro sem brilho
deixemos assim simplesmente
ainda que estamos íntegros
nem cortes nem cicatrizes
façamos como nos filmes:
final feliz, The End.
Lúcia Gönczy
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Carta pra ninguém [III]
Amanhã deveria ser um dia comum, cinza, chuvoso,
como tem sido os últimos dias dela, inclusive os de Sol.
Banal, rotineiro, se não fosse o problema de passar naquela rua...
Sim, aquela da tinta, lembra-se?
Ela não entende por que é obrigada a voltar aos mesmos lugares;
Martírio! Tudo é ele o tempo todo: infrações, multas, motores...
Ter de encarar isso é barra; sente-se fragilizada diante das coincidências e,
impotente, por não poder evitá-las; simplesmente tem de continuar
vivendo...passando...enfrentando a fera, sua dor e seus fantasmas.
Então se programa: acordar cedo, escovar dentes, pentear macaco;
durante o processo a cabeça não pára: não pensar não pensar não pensar... será possível?
Se quanto mais se esforça mais se lembra?!...loucura! Sua cabeça é uma usina nuclear no amanhã que,
de alguma forma, será e não será. Ela passará por ali, inevitavelmente, e já sente de antemão o que irá sentir:
um frio louco por dentro; aquele vazio latejando o silêncio do celular.
Dorme pouco...seu sono é nervoso; fragmentado...sem ele tudo nela é oco; mas, mesmo assim, amanhece
e não dá outra: maktub conforme "ontem". Os sintomas de frio, ausência, saudade e dor eram os mesmos;
(talvez mais acentuados pela ansiedade...)
Entretanto não vacilou. Resgatou na zona abissal do seu íntimo os últimos resquícios de dignidade,
jogou "agua na cara" e foi dar sua veia a uma estranha.
Sair no escuro... logo ela que acha esquisito dizer bom dia quando ainda tem lua... Por sorte,
todos bichos papões que conhece a habitam; está acostumada. Aprendeu a lidar com eles utilizando
estratégia maquiavélica, tipo: melhor ter os inimigos por perto... Desta forma, acreditando, vestiu coragem e saiu:-
Liberdade, Sé, Pátio do Colégio...ai que bom; chegou "bem" na Boa vista, mesmo tendo
ultrapassado 2 sinais vermelhos; quanto mais passava, maiores alegrias, também maiores mágoas.
Com certeza, o carro se auto conduziu , porque ela que não queria pensar, olhar,
sentir e planejou escapar ilesa, se pegou desesperada a buscar nas ruas, nas casas,
nos ônibus e até nas primas, alguma lembrança boa e eram todas tão boas que embarcou na viagem;
Porém, quando você se encontra assim, sob efeito tóxico da paixão, costuma entrar naquele surto psicótico (psicoamorótico)
e, portanto, ela o via em toda parte; mas pirar, pirou mesmo na Praça da Sé. Ah...a Praça da Sé!!!...
Embora fosse dia, era noite; tão noite quanto infinitas 19 horas...tão clara quanto seus faróis. Era lá que ela carregava
seu olhar no dele...E aquele semáforo da curvinha, então?... Fechava sempre na hora certa para se beijarem.
Porra, como ela gostava destes momentos! Mas hoje, explicavelmente, ele ficou vermelho e ela sozinha.
Sem seu amor, sua boca, sem nenhum de seus bichinhos...
Foi aí que se deu conta: Na real, quem estava no vermelho, há tempos, não era o semáforo...
Caiu do sonho. Cabisbaixa, com o rabo entre as pernas, acordou pra vida, mas antes, se prometeu:
Com ela, ele não vai mais... Da próxima vez, sai de casa sem cabeça.
Lúcia Gönczy
Amanhã deveria ser um dia comum, cinza, chuvoso,
como tem sido os últimos dias dela, inclusive os de Sol.
Banal, rotineiro, se não fosse o problema de passar naquela rua...
Sim, aquela da tinta, lembra-se?
Ela não entende por que é obrigada a voltar aos mesmos lugares;
Martírio! Tudo é ele o tempo todo: infrações, multas, motores...
Ter de encarar isso é barra; sente-se fragilizada diante das coincidências e,
impotente, por não poder evitá-las; simplesmente tem de continuar
vivendo...passando...enfrentando a fera, sua dor e seus fantasmas.
Então se programa: acordar cedo, escovar dentes, pentear macaco;
durante o processo a cabeça não pára: não pensar não pensar não pensar... será possível?
Se quanto mais se esforça mais se lembra?!...loucura! Sua cabeça é uma usina nuclear no amanhã que,
de alguma forma, será e não será. Ela passará por ali, inevitavelmente, e já sente de antemão o que irá sentir:
um frio louco por dentro; aquele vazio latejando o silêncio do celular.
Dorme pouco...seu sono é nervoso; fragmentado...sem ele tudo nela é oco; mas, mesmo assim, amanhece
e não dá outra: maktub conforme "ontem". Os sintomas de frio, ausência, saudade e dor eram os mesmos;
(talvez mais acentuados pela ansiedade...)
Entretanto não vacilou. Resgatou na zona abissal do seu íntimo os últimos resquícios de dignidade,
jogou "agua na cara" e foi dar sua veia a uma estranha.
Sair no escuro... logo ela que acha esquisito dizer bom dia quando ainda tem lua... Por sorte,
todos bichos papões que conhece a habitam; está acostumada. Aprendeu a lidar com eles utilizando
estratégia maquiavélica, tipo: melhor ter os inimigos por perto... Desta forma, acreditando, vestiu coragem e saiu:-
Liberdade, Sé, Pátio do Colégio...ai que bom; chegou "bem" na Boa vista, mesmo tendo
ultrapassado 2 sinais vermelhos; quanto mais passava, maiores alegrias, também maiores mágoas.
Com certeza, o carro se auto conduziu , porque ela que não queria pensar, olhar,
sentir e planejou escapar ilesa, se pegou desesperada a buscar nas ruas, nas casas,
nos ônibus e até nas primas, alguma lembrança boa e eram todas tão boas que embarcou na viagem;
Porém, quando você se encontra assim, sob efeito tóxico da paixão, costuma entrar naquele surto psicótico (psicoamorótico)
e, portanto, ela o via em toda parte; mas pirar, pirou mesmo na Praça da Sé. Ah...a Praça da Sé!!!...
Embora fosse dia, era noite; tão noite quanto infinitas 19 horas...tão clara quanto seus faróis. Era lá que ela carregava
seu olhar no dele...E aquele semáforo da curvinha, então?... Fechava sempre na hora certa para se beijarem.
Porra, como ela gostava destes momentos! Mas hoje, explicavelmente, ele ficou vermelho e ela sozinha.
Sem seu amor, sua boca, sem nenhum de seus bichinhos...
Foi aí que se deu conta: Na real, quem estava no vermelho, há tempos, não era o semáforo...
Caiu do sonho. Cabisbaixa, com o rabo entre as pernas, acordou pra vida, mas antes, se prometeu:
Com ela, ele não vai mais... Da próxima vez, sai de casa sem cabeça.
Lúcia Gönczy
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