quarta-feira, 4 de maio de 2011

Moinho

Na cama onde me deito
Asfalto
Juntaram nossos corpos
No sonho antigo
Lençóis, travesseiros macios
Banheiro sem porta

Agora,
Na cama em que me deito
Insônia
Dor de orelha
Estacionamento.

Saberá no sono que me
Faz
A noite embrulhada
De lembranças...

Moço, na nossa cama
Nem leito
Nem provas
Nem nada

Aquele 212 virou água

Na cama em que me deito,

Passado.



Lúcia Gönczy

Nenhum comentário:

Postar um comentário