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toque
o pensamento me toca
me toco quando te penso
que mesmo frente ao ar
mais denso,
levito entre dedos
o pensamento me toma
e acre, descontento-me;
são tuas, as minhas mãos
imensas, imersas, vazias
o tempo do toque
entre o púbis e o sonho
incansável, frenético, tenso...
o pensamento me toca
prenho-me de estapafúrdios gozos;
deliro teu nome por dentro
posto que, meu segredo [in]visível,
continua calado conflito:-
amor e pensamento
toque e desejo.
Lúcia Gönczy
"Abre-te:
atira, sim, o linho branco fora,
Nem penitência nem decência agora.
Para ensinar-te eu me desnudo antes"
(John Donne- Elegia: indo para o leito)
[In] Confissão
Continuo escrevendo pra você...
certo que, bem menos.
menos tempo
menos entusiasmo
menos amor
mais cansaço.
Entretanto, conservo-o
vivo e quente na memória
da pele, do cheiro, do tato.
Certo...
Cada vez menos reticências,
carências e síndromes de abstinência -
que ratificam a espera impugnada;
os laços em nós, desatados.
Não sinto mais ausência nem
dor;
Só apuro os fatos, e ...sem querer,
novamente me delato:
Sim, eu ainda te amo!
Lúcia Gönczy
Ócio
é penumbra
saudade
fuligem
antagonismo
viagem
e uns poucos
mínimos
sorrisos
aquela roupa
aquele dia
aquela tarde
ele invade
e permanece
como luta
contra e a favordo tempo
depois,
o ócio torna-se
ocioso
bruma e vento]
nenhum de nós
santifica
provém
vangloria-se
tudo que nele contém
de vida e morte
de riso e dor
O ócio me desdenha;
e mesmo queeu te ame além
morta estou
nenhum ócio
nenhum sorriso
nenhuma metade
[inteira]
É a vida,
AMOR...
PASSAGEIRA.
Lúcia Gönczy
RUPTURA
crônica e louca
ainda pulsa
a invisível
a inexplicável
a inexorável
dor
Lúcia Gönczy