domingo, 27 de fevereiro de 2011

não tenho tua face
tampouco
memória de tua voz
mas algo
além dos danos
vem à tona
irremediavelmente
ao pensar-te;
o intransponível
muro do silêncio
atravessa o medo
e tudo fica, outra vez,
absurdamente claro
então, entremeios passos
brutos
pareço levitar no tempo
do abraço
naquele tempo sem espaço

[...]

nosso tempo.

Lúcia Gönczy

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