sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

POESIA NA JANELA

Preparo-me subalterna entre frestas;
Luzes indistintas, subtropicais
convocam-me à viagem:
próxima estação de minha alma

Eu, que há tempos
não me sinto tão
Verão...

Entretanto, há telhados em meus olhos;
Pesa-me a infância

Vasculho, num sopro, a memória;
noutro, sublime abstração ...

Totalmente introspectiva
faço a regressão
"não materna"

Permitindo-me afundar meu próprio céu e inferno
transgrido:
Naufrago, debato-me
e
em contrações [in]voluntárias
de dor e de parto
decido se só corpo ou alma
não importa

(...)

Parto para a vida mais esta manhã.


Lúcia Gönczy


Não terminado...
Nem o texto, nem o caminho

4 comentários:

  1. Nunca terminamos nada, a não ser quando só nada houver. Seu poema me fez fazer uma ponte com um, pequeno e signicante, da Nydia Bonetti, que acabei de ler:
    ...
    cumprido
    o ritual atávico
    dos amanheceres
    pássaro e dia seguem
    pra não voltar (Nydia Bonetti)

    Gostei muito do poema. Beijo!

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  2. Minha linda amiga e grande poetisa Lúcia!

    Perdoe-me a longa ausência. Tive problemas. Passando por aqui para deixar meu carinho e ler seus lindos textos. Adoro lê-los.
    Beijos de luz!

    POETA CIGANO - 31/01/2011

    www.carlosrimolo.blogspot.com

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  3. olá, obrigada, pelo gentil dpo. Volte quando achar necessário (risos)
    eu ficarei grata
    beijos

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  4. Celso querido, Carlos e Aurea; super obrigada pelo carinho. Ando relapsa, né... Aguardem minha visita. beijão

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