quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A noite chora

Devagar
Transbordo
Sem sinal de vida
Ainda permaneço
Embora não saibas
O fim é o começo
Em mim
Fênix
fantasma da ópera
Mulher
O instante importa
Hoje não é suficiente
Agora
Sofro sim
Dói muito
O catéter inserido
em nome do bem
A bomba atômica
No meu peito
Deformou a pessoa
Não destruiu a flor
Clareiam minha alma
Desejos de silicone
Figuras inanimadas
E nada desenha
O cansaço
A morte
Espreitando leve
De quando me lembro
Setembro
Ruas
Postes
Multas...
Quase multidão
Todos aplaudiam
Nosso amor
Paramos o trânsito!


É tarde amor...
Decifra-me
Enquanto ainda te amo


Lúcia Gönczy

Nenhum comentário:

Postar um comentário