terça-feira, 28 de setembro de 2010

*ST

toda e qualquer [dis]função gramatical,
hoje é obsoleta; em segundos,
transformações profunda mente
insignificantes justificam a não
língua - quase idiossincrasia da
palavra moída e perturbada
é mais ou menos como cortar
o coração em quatro partes;
estancar o sangue das veias;
e, ainda assim, querer estar vivo.
a continuidade intriga o humano,
despe véus do passado e alarda
feito cão sarnento na noite inviovável
violento meus sentidos: - não há em mim
nenhum poro que não arda a gota
da última sílaba . a derme rasgada não sustenta
o tempo da próxima camada
e sei, coisa de instinto, tudo que preciso como Lei
nesta noite de becos e ratos, é dormir
com um olho no peixe, outro no gato.

Lúcia Gönczy

2 comentários:

  1. Tua poesia é avassaladora, Lúcia. Gosto demais. Beijos!

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  2. Bom mesmo é sua presença e comentários sempre tão certeiros e importantes para o meu crescimento; muito grata por isso. Beijão Nydia ;)

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