[...]
você sempre chega junto
como as estações
- fora de época-
como o tempo- aleatório-
invasivo, imprevisível...
como a tempestade e o bote
que apavora e socorre.
quando a morte é iminente,
nada a vislumbrar fora aquele
farol distante...tão distante...
hoje sou poço vazio;
por favor, não me me peça água
pois do pouco que tenho
sobrevivo.
Lúcia Gönczy
sexta-feira, 18 de junho de 2010
só verbo...
haja dor
pra rimar amor
sentir saudade
perceber ausência
ter ciência
viver sem mágoa
tragar o nunca
tão sempre
como toda
ferida
não
cicatrizada
limpar com
éter
antes, porém,
chorar muito
lavar tudo
a alma
o mundo
o corpo
e até
as solas
dos sapatos
pra quando entrar
de novo
num
raio destes
entrar serena
tranquila
consciente
entrar doendo
mas que seja
como aviso
de naufrágio
conseqüente
e saber
que todo amor
não dói
por ser doente
só dói
por si mesmo
e por amor
consentido
.
.
.
entrar no Amor sabendo
do perigo...
Lúcia Gönczy
haja dor
pra rimar amor
sentir saudade
perceber ausência
ter ciência
viver sem mágoa
tragar o nunca
tão sempre
como toda
ferida
não
cicatrizada
limpar com
éter
antes, porém,
chorar muito
lavar tudo
a alma
o mundo
o corpo
e até
as solas
dos sapatos
pra quando entrar
de novo
num
raio destes
entrar serena
tranquila
consciente
entrar doendo
mas que seja
como aviso
de naufrágio
conseqüente
e saber
que todo amor
não dói
por ser doente
só dói
por si mesmo
e por amor
consentido
.
.
.
entrar no Amor sabendo
do perigo...
Lúcia Gönczy
sábado, 12 de junho de 2010

Trovas de muito amor para um amado senhor
I
Nave
Ave
Moinho
E tudo mais serei
Para que seja leve
Meu passo
Em vosso caminho.
II
Dizeis que tenho vaidades.
E que no vosso entender
Mulheres de pouca idade
Que não se queiram perder
É preciso que não tenham
Tantas e tais veleidades.
Senhor, se a mim me acrescento
Flores e renda, cetins,
Se solto o cabelo ao vento
É bem por vós, não por mim.
Tenho dois olhos contentes
E a boca fresca e rosada.
E a vaidade só consente
Vaidades, se desejada.
E além de vós
Não desejo nada.
Hilda Hilst
sexta-feira, 11 de junho de 2010
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Amigos,
De coração, agradeço e retribuo todo
carinho. Isso eu chamo de AMOR. Amor dado de
graça e "com graça", recebido.
Portanto, muito muito obrigada pelas visitas e
comentários, mas, principalmente, por pulsarem
junto comigo; mesmo que, muitas vezes, em silêncio.
Beijos Poéticos&Violetas
(minha marca registrada)
Lúcia Gönczy
*
Um domingo de tarde sozinha em casa
dobrei-me em dois para frente - como em dores de parto-
e vi que a menina em mim estava morrendo.
Nunca esquecerei esse domingo. Para cicatrizar levou dias.
E eis-me aqui. Dura, silenciosa e heróica. Sem menina dentro
de mim.
Clarice Lispector
De coração, agradeço e retribuo todo
carinho. Isso eu chamo de AMOR. Amor dado de
graça e "com graça", recebido.
Portanto, muito muito obrigada pelas visitas e
comentários, mas, principalmente, por pulsarem
junto comigo; mesmo que, muitas vezes, em silêncio.
Beijos Poéticos&Violetas
(minha marca registrada)
Lúcia Gönczy
*
Um domingo de tarde sozinha em casa
dobrei-me em dois para frente - como em dores de parto-
e vi que a menina em mim estava morrendo.
Nunca esquecerei esse domingo. Para cicatrizar levou dias.
E eis-me aqui. Dura, silenciosa e heróica. Sem menina dentro
de mim.
Clarice Lispector
surtada ou "surtanto"
às vezes eu surto
que de tão louco
qualquer pouco
me parece tanto
sou tomada de mil volts
feito trem desgovernado
despenco à procura de velhas asas
pairando na exatidão do tombo
nestes meus silêncios
nada é mais consistente
do que o momento do voo
ecoando...ecoando...ecoando...
Lúcia Gönczy
às vezes eu surto
que de tão louco
qualquer pouco
me parece tanto
sou tomada de mil volts
feito trem desgovernado
despenco à procura de velhas asas
pairando na exatidão do tombo
nestes meus silêncios
nada é mais consistente
do que o momento do voo
ecoando...ecoando...ecoando...
Lúcia Gönczy
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