quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Noturno
meu coração de carpideira
roça campos devastos
na noite ensimesmada
de umbrais tantos
onde o sonho dá vazão
aos pesadelos mais nefastos
estridecem barulhos de silêncios
ontem, hoje, sempre
todos os amanhãs são brancos:
névoa, ardume, queixa
-solidão abandonada;
e neste entrelaçar de matas
veste-se de preto o que
era verde
de tristeza o que foi riso
de saudade, o presente.
neste meu coração de carpideira,
a alma gela ao menor instante
do antes - emudece, morre.
Lúcia Gönczy
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Querida amiga e grande poetisa Lúcia!
ResponderExcluirBelíssimo poema. Aliás, adoro lê-la. Meus parabéns!
Beijos de luz!
POETA CIGANO - 14/10/2010
www.carlosrimolo.blogspot.com
Belíssimo, Lúcia!
ResponderExcluirSe todos os amanhãs forem brancos, no presente, a saudade e a mata transmutar em verde o que era preto, também serei carpideira>
Nunca li nada tão original!
Parabéns!
Beijos
Mirze