terça-feira, 24 de agosto de 2010

FALO CÓDIGOS:-
QUASE SILÊNCIO
QUASE PALAVRA
QUASE METÁFORA
QUASE CÓDIGO

FALO POR CÓDIGOS:-
QUASE NADA QUASE TANTO
QUE TANTO CONDENSA-SE
ENTRE LINHAS EM CÓDIGOS
MUDOS

DENTRO DA PALAVRA
A LÍNGUA AGONIZA . MORRE.

DECODIFICA-SE.

LÚCIA GÖNCZY

sexta-feira, 20 de agosto de 2010



cálice

ora, não me querias distante?
pois toma agora
mais um trago de ausência
já que da minha permanência,
nada valeu, nem foi o bastante.


Lúcia Gönczy

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

não estou para agradar
nem faço
dos meus silêncios
jabá
são meras utopias]
escrevi a Deus
que me ajudasse
ele disse: EU?
-faça SUA PARTE!
E assim, fazendo o que ele disse
princesa das tolices
procurei o tempo
exato do verbo
não...não analisei
nem caberia]
singela fria e torta
penso em você
e no mais
desencravo feito folha
morta
DISPERSO
hoje não poderia SER melhor
nem pior
minha dor sangrou palavras]
grata por me matar.


Lúcia Gönczy
assim, ainda assim
amanhece em mim um gosto de vidro moído
e eu desperto
desapercebida de tudo
como se ontem não existisse.
sim, eu desejo!

Lúcia Gönczy
AMOR [IM]PRÓPRIO

CONVULSÃO, CONFUSÃO
PENSAMENTO
ALMA CORPO TORMENTO
FALSAS PROMESSAS
TE AMEI MAIS DO
QUE MERECIAS
NEM DIGO: - DEVIA
POIS NÃO SE DEVE AMAR
POUCO OU PELA METADE
DE TUDO RESTOU DOR EM MIM
E EM TI, A SOBERBA EM QUE TE AFUNDAS
NO SILÊNCIO QUE ME AFAGA
RASGUEI ENTRANHAS-
HOJE ÉS MORTE POR DENTRO
NÃO, NUNCA QUIS QUE FOSSE
ASSIM
MAS O DESTINO NÃO ERA NOSSO
ROUBOU-TE DE MIM
E HOJE SOU [APENAS]
FRASCO CHEIO DE VENENO

POIS QUE SEJA, EX AMOR,
GUARDE BEM ESTA DATA:
ALGUM DIA DE NUNCA MAIS.


LÚCIA GÖNCZY

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

a letra salta da tela
a poesia se trespassa
sinto vertigem
imensa é a consciência
do todo
enquanto aguardo calada
o próximo salto
a cada muro, mais impacto
a cada rima, mais um morto
dentro, o verso pulsa
vivo, agoniza seu instante
faz o último pedido
nunca concedido
ao crítico cético e cego
algoz de palavras
.
.
.
ele mesmo!


Lúcia Gönczy

terça-feira, 10 de agosto de 2010

"minha vida"

antes de ti:
MORNA
contigo:
VIDA
sem ti:
MORTA

Lúcia Gönczy

(Dezembro/2008)
motivos não necessitam de motivos
explicações desnecessárias
frente verdades explícitas
escritas no silêncio
gritante
das palavras

noites continuam insones
dias intactos
rotinas solicitam rápidas
mudanças
onde trégua e tempo não existem

e no girar constante redemoinho
a paz perde-se em qualquer beco
escuro
o antes obsoleto torna-se
essencial como ar
de certezas reviradas

nada mais a dizer. nenhum truque nas mangas
todas as cartas foram expostas
se houve blefe, não sei...

- fez parte do jogo.



Lúcia Gönczy

(Julho/2008)

segunda-feira, 9 de agosto de 2010


(Hálito I)
"em dia frio"

cheiro de beijo
antigo
aquece minha
boca

impregnada
de saliva
a pele desprende;
-voa!

Lúcia Gönczy
(foto- Fabiano Abreu)
(Contrações I)
"de vez em quando"

quando penso em você
sinto dores de parto

Lúcia Gönczy
(Comportas I)
"sem que isso
te diga nada"



o que transpiro
já não é suor nem mágoa
é só água salgada
gotejando do meu peito


Lúcia Gönczy

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

já não conto.
há tempo que horas
são segundos
meses - dias
também não falo alegrias
minhas tolices são
todas pueris
ainda gosto de brincar
com a boneca que
existe em mim
mesmo que
deslizem as pedras
e a vida
nem sempre tenha
as matizes que colori


ainda assim
eu cuido de ser feliz.

Lúcia Gönczy